sábado, 25 de agosto de 2012

Ônibus em foco: Conforto é a chave?


O cenário atual do transporte urbano nas médias e grandes cidades brasileiras, assim como de países emergentes mundo afora, é de caos e congestionamentos. As facilidades de crédito e financiamento, bem como o aumento da renda gerado pelo crescimento econômico, favorecem ainda mais o transporte individual, que no passado era símbolo de status e privilégio de poucos e hoje é o grande culpado por problemas de mobilidade urbana e poluição ambiental. Mais do que nunca o transporte coletivo é tido como única solução para tais, e prioridade dos governos.

Entre os vários modais de transporte coletivo urbano, o ônibus é o mais popular do mundo. E no Brasil, país onde tudo é caro, não poderia ser diferente, devido a seu baixo custo de operação e aquisição, bem como versatilidade de trabalho e configuração. O Brasil é o segundo maior produtor de ônibus no mundo, e também o pioneiro na modalidade chamada de BRT, sigla para Bus Rapid Transit (Trânsito rápido de ônibus). O metrô de superfície, como também é chamado, é a grande aposta de várias cidades no mundo. Rapidez, eficiência, comodidade, alta capacidade, baixo custo de investimentos e tempo de implantação, são qualidades e vantagens que estão conquistando técnicos em planejamento, gestores, políticos e a população, tirando a visão negativa que se tinha do ônibus.

Para qualquer sistema implantado ter sucesso, é preciso que o poder público tome a iniciativa de fazer um planejamento minucioso que atenda as necessidades de deslocamento e demanda com máxima eficiência e conforto. Isso é vital não apenas para a saúde do sistema, como também para a mudança de hábitos de uma população, cuja difícil tarefa é a troca da comodidade do veículo particular pelo serviço público. São duas as táticas aplicadas pelos governos para forçar esta mudança. A primeira é tornar o automóvel desvantajoso, restringindo a circulação de veículos de passeio, como estacionamentos rotativos, “calçadões”, rodízio, etc. A segunda é tornar o sistema de coletivos atrativo, como subsidiar a tarifa, disponibilizar boa oferta de veículos em todos os horários, e principalmente o conforto dos mesmos.

Indo na contramão da evolução, o Brasil onde tudo é caro, é também desigual. Têm-se BRT em poucas cidades, e na maioria há sistemas arcaicos e ineficientes, tarifas altas, superlotação, ociosidade com sobreposição de rotas, frutos do mau planejamento, e principalmente do favorecimento a interesses privados de operadores em detrimento da população. Conforto é algo que passa bem longe do ônibus, na maioria das cidades brasileiras.

O nível básico de conforto que são submetidos passageiros e condutores é uma discussão antiga, que data dos anos 60 na Europa e fins de 70 no Brasil. A substituição de carrocerias montadas sobre chassis de caminhões por veículos próprios para transporte de pessoas que se deu no velho mundo e América do Norte, foi também aqui proposta pelo governo federal, mas o destino foi diferente. A EBTU (Empresa Brasileira de Transportes Urbanos) através do GEIPOT (Grupo Executivo para Integração de Políticas de Transporte) realizou pesquisas com objetivo de criar normas e especificações para melhorar e padronizar a frota nacional; o resultado foi projeto do ônibus Padron, cujas especificações abrangem vários itens de conforto e segurança, que a grande maioria dos ônibus até hoje não possuem.

Atualmente, adquirir um ônibus é como um automóvel particular e até mais flexível. As opções de chassis, carrocerias, dimensões, portas, bancos, acabamento, piso, etc. são incontáveis. Desse modo, é conveniente para a empresa operadora utilizar veículos do mais simples possível para transportar uma mesma quantidade de pessoas a fim de obter maior lucro. Infelizmente o transporte coletivo é gerido como negócio privado e não serviço público na maior parte do país. Desinteresse por parte do poder público e corrupção resultou em concessões e permissões que dão direito e exclusividade a empresários “deitarem e rolarem” com tarifas altas e serviços de baixa qualidade. Se o transporte coletivo é a solução para o caos urbano, conforto é primordial para o sucesso. Caso contrário o ônibus continuará sendo mal visto, o transito entrará em colapso, e a poluição trará suas conseqüências.                                                                                                                                                                           

Na próxima postagem falarei a respeito de ônibus confortáveis e seguros, do projeto Padron, comparações com nossos ônibus atuais, o atraso tecnológico e suas desvantagens.

Educação e Capacitação dos motoristas? Isso existe?

No dia-a-dia joinvilense, principalmente nos dias úteis, vemos uma grande concentração de trabalhadores, moradores de rua, vendedores de cachorro-quente (não estou desmerecendo os dois últimos, somente estou dando referência), correndo para chegar a tempo onde quer que seja. Para conseguir atender essa demanda apressada, se exige tal "correria" dos ônibus para o cumprimento de seus horários. A pergunta que me vem em mente, diante disto, é a seguinte: Será que esses horários são cumpridos com excelência profissional? Não me refiro ao veículo utilizado, seu estado de conservação, muito menos ao planejamento do projeto de linha. Falo da pessoa que conduz o coletivo. Ela é capaz de lidar com tamanha pressão? Possui preparo para lidar com o cliente? Além de tudo, ela é capaz de lidar com situações estressantes onde, acima de tudo, se exige postura íntegra e educada, seja qual for a situação?

É um milagre encontrar em Joinville um motorista que deseja  bom dia, boa tarde ou um boa noite.  A rotina de seu cargo, de linha em linha, conhecendo pessoas das mais diversas religiões, opiniões, posturas comportamentais, pode tornar a viagem uma aventura interessante para ele, ou não. É aí que entra a importância da avaliação psicológica regular, para a empresa ter um controle da peça que está atrás do volante. Posso lhes garantir, meus caros, que em Joinville há muitos boçais conduzindo coletivos, atendendo o cliente com pancadas de tacape.

Duas situações, onde tais boçais foram protagonistas, me chamaram a atenção esse ano.

- A primeira envolveu um jovem, que foi covardemente agredido pelo simples ato de pedir informação: “Moço, o senhor sabe me informar se esses cachorros tem dono?”. Isso mesmo, o rapaz estava interessado em dar assistência a alguns cães que perambulavam pela Estação Norte. Com resposta para a pergunta, ele foi agredido e humilhado diante várias pessoas que estavam no local. Violência gratuita mesmo! Até o momento, a única atitude da empresa responsável pelo funcionário (Transtusa), foi a de expor que não concorda com a atitude tomada pelo colaborador, além de salientar que está constantemente treinando seus funcionários, dando diretrizes comportamentais para o atendimento ao público. Resumindo, virou em pizza.

- Outra situação que vivenciei na mesma Estação, envolveu UMA motorista, que fez de uma viagem na linha 0200 - Norte/Sul (sentido Sul) um verdadeiro terror. Além de falar palavras obscenas, tratou de forma animalesca alguns passageiros. Demonstrou descontrole emocional durante todo o trajeto, abusando da velocidade nos trechos de maior fluxo. Infelizmente, por motivos operacionais financeiros, a Transtusa opera 100% dos horários nos sábados com diversos tipos de veículos, qualidades, e afins. A Gidion por sua vez faz um bom trabalho, com suas falhas, mas é 100% melhor que a "concorrente".

Perante esses dois relatos vos pergunto: Dá para acreditar que a empresa treina de forma adequada seus funcionários? Uma empresa que diz num vídeo institucional que higieniza seus veículos até duas vezes ao dia, mas que se formos fiscalizar, facilmente registramos carros com mais de duas semanas sem higienização, é passível de ter credibilidade? Há de fato uma preocupação em tratar bem o cliente, ou é apenas um "faz de conta" de para cumprir normas da ISO? É com tristeza que constato: Nosso sistema de transporte coletivo está sendo sucateado, dentre outros motivos graves, pela falta de capacidade dos profissionais que trabalham nele, em lidar com outros seres humanos.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Linhas da Joinville pré bilhetagem eletrônica.

Padrão antigo de pintura que identificava as três troncais existentes na época. 



Troncais

020 - NORTE / SUL
040 - TUPY / NORTE
070 - SUL / TUPY


Interbairros

0100 - Sentido horário
0102 - Sentido anti-horário


Terminal Central

1107 - PORTO RICO / NILO PEÇANHA
1200 - PARANAGUARAMIRIM via Presídio
1201 - 6 DE JANEIRO via Guanabara
1202 - PARANAGUARAMIRIM via Rio Velho
1203 - MORRO DO AMARAL
1204 - PADRE ROMA via Anitápolis
1205 - PETRÓPOLIS via Monsenhor Gercino
1206 - ESTEVÃO DE MATOS
1207 - PARQUE GUARANI
1208 - CONSTANTINO OLIVEIRA BORGES
1209 - JARDIM EDILENE
1210 - ITAUM COSTA via Procópio Gomes / Centro / Fátima / Itaum
1211 - LOT. TROPICAL via Rio Velho / Centro / Itaum / Paranaguaramirim
1212 - LOT. SÃO DOMINGOS via Guanabara / Centro / Itaum / Paranaguaramirim
1301 - FÁTIMA CIRCULAR
1302 - ADHEMAR GARCIA CIRCULAR
1303 - GUANABARA CIRCULAR
1304 - LOT. ROSA CIRCULAR Centro / Bucarein / Fátima / Jarivatuba
1305 - LOT. ULYSSES GUIMARÃES CIRCULAR Centro / Bucarein / Fátima / Jarivatuba
1306 - TERESÓPOLIS CIRCULAR
1307 - LOT. NOVA JOINVILLE Centro / Bucarein / Fátima / Jarivatuba
1401 - PETRÓPOLIS via Alfredo Wagner
1402 - SÃO PAULO via Santa Rosa de Lima
1403 - SÃO PAULO via Barra Velha
1502 - ANITA GARIBALDI
1502 - JATIVOCA via Anita Garibaldi
1503 - PITAGUARAS via Anita Garibaldi
1504 - MORRO DO MEIO via Anita Garibaldi
1505 - AMÉRICO VESPUCIO
1506 - ESTRADA BARBANTE CIRCULAR Centro / Anita Garibaldi / Morro do Meio
1601 - RODOVIARIA CIRCULAR
1602 - SÃO MARCOS
1604 - WILLY TILP
1606 - PORTO RICO via Rodoviária
215 - ANTONIO JORGE CECYN
221 - IRIRIÚ
222 - JARDIM IRIRIÚ
223 - PAPA JOÃO XXIII
229 - JARDIM FRANCIELE via Santa Bárbara
230 - AVENTUREIRO via Emílio Landmann
231 - AVENTUREIRO COHAB
232 - AVENTUREIRO CIRCULAR
234 - CUBATÃO
235 - PORTINHO
237 - PARQUE JOINVILLE
241 - UNIVILLE
242 - COSTA E SILVA via Benjamin Constant
244 - BENJAMIN CONSTANT
247 - COSTA E SILVA via Elza Meinert
250 - WILLY SCHOSSLAND via Jardim Diana
251 - WILLY SCHOSSLAND
252 - VILA NOVA
253 - BENTO T. DA ROCHA CIRCULAR
254 - PAULO SCHNEIDER
255 - JOÃO MIERS
260 - ESTRADA ANABURGO
270 - BAR PIRAÍ
410 - QUIRIRI via Dona Francisca
411 - RIO DA PRATA
412 - QUIRIRI ALTO DA SERRA
420 - RIO BONITO / ESTR. DA ILHA
421 - RIO BONITO / DONA FRANCISCA
422 - BAIRRO CANELA
423 - RIO BONITO / TIA MARTA
424 - PIRABEIRABA
425 - PIRABEIRABA / ESTR. DA ILHA
430 - ESTRADA DO SUL
440 - ESTRADA BLUMENAU
441 - CIRCULAR OESTE
442 - SALÃO JACOB


Terminal Norte (João Harger)

201 - WALMOR HARGER
202 - PARQUE DOUAT
203 - RUY BARBOSA CIRCULAR
204 - DONA FRANCISCA
205 - BOM RETIRO
206 - JARDIM PARAÍSO
207 - CANTO DO RIO CIRCULAR
208 - UNIVILLE
209 - JARDIM SOFIA
210 - RIBEIRÃO CUBATÃO

Terminal Tupy (Boa Vista)

401 - PRAIA GRANDE CIRCULAR
402 - ITAMBÉ
403 - ESPINHEIROS
404 - PONTE SERRADA
405 - GÓES MONTEIRO

Terminal Sul (Santa Catarina)

7001 - ESCOLINHA via Bohmervaldt
7002 - ITINGA CIRCULAR
7003 - PROFIPO
7004 - SANTA CATARINA KM 11
7005 - ESCOLINHA via Santa Helena


Pega Fácil

310 - CIRCULAR CENTRO - Saída do Big Shop
311 - CIRCULAR CENTRO - Saída do Shopping Americanas
320 - CIRCULAR FÓRUM - Saída do Ginásio Abel Schultz
330 - CIRCULAR FLORESTA / SAGUAÇÚ - Saída Av. Antonio Ramos Alvin
340 - CIRCULAR COSTA E SILVA / GUANABARA - Saída R. Inambú
350 - CIRCULAR FATIMA / VILA NOVA - Saída R. Fátima
360 - CIRCULAR ITAUM / DONA FRANCISCA - Saída R. Wenceslau Braz
370 - CIRCULAR ANITA GARIBALDI / BOA VISTA - Saída R. Marieta Stock



Hoje, são 243 linhas no sistema. Mudou muito, não é mesmo? Agradecimentos ao Fernando Souza pelo achado. 

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Em Joinville, tudo é inviável.

Antes, deixarei dispostas algumas informações: 

Caxias do Sul é um município do estado do Rio Grande do Sul, na Região Sul, no Brasil. A cidade foi erguida onde o Planalto de Vacaria começa a se fragmentar em vários vales, sulcados por pequenos cursos de água, com o resultado de ter uma topografia bastante acidentada na sua parte sul. Sua população é de  441 332 hab. 

Queres confirmar os dados? Vá aqui.

Agora analisemos as duas notícias dispostas abaixo:

"A Visate irá implantar no transporte coletivo urbano de Caxias do Sul o novo modelo de ônibus BRT. O veículo terá 23 metros e atenderá, no primeiro momento, a linha 02 – Salgado Filho, Marcopolo, Ana Rech. Segundo o gerente operacional da Visate, Sérgio Benetton, o novo modelo está em fase de acabamento na Marcopolo e deverá ser implantado até o final de agosto. 

Sobre a lotação do transporte coletivo da cidade, Benetton explica que a solução é terminal com o sistema radial. Além disso, ele afirma que as estações de transbordo Imigrante e Floresta auxiliarão para descongestionar o trânsito."

"Novo ônibus da Visate

Um novo modelo de ônibus da Visate, mais comprido, deve entrar em operação em setembro.
O cumprimento do veículo articulado é de 23 metros, com capacidade para 172 pessoas, em pé e sentadas, considerando-se uma ocupação de cinco pessoas por metro quadrado livre. Ele deve fazer a linha Salgado Filho-Marcopolo-Ana Rech. A produção deste veículo está sendo concluída na Marcopolo. Em um segundo momento, outros quatro ônibus do mesmo tamanho, com chassi Scania, devem ser incorporados à frota da Visate."

Duas matérias, bem redundantes, para dar mais veracidade a informação. Você as encontra aqui e aqui

Aí está o MONSTRO DE 23 metros.





É com muito pesar que venho vos informar que Joinville é a capital nacional do pessimismo. Não é difícil você ouvir nas rádios, ou da boca de muitos responsáveis técnicos e executivos da cidade as frases: "Não é possível, não temos demanda"; " a cidade não comporta esse tipo de tecnologia"; "não dá, não pode, não é coerente". Por esse motivo, vemos uma cidade de praticamente 600 mil habitantes, com uma infraestrutura de vilazinha do interior. A pior parte é ter que se deparar com notícias como estas dispostas acima, advindas de cidades com infraestrutura em alguns pontos até pior que Joinville, além de, claro, ter uma população menor. Mesmo assim estas não tem medo de investir em inovações, seja na área de transporte, seja em qualquer outra disposta. O ápice da bizarrice, podemos chamar assim, foi quando lançaram o maior ônibus do mundo em Curitiba. Enquanto em Joinville, os empresários, somados com a prefeitura e a imprensa se apressaram em criar uma matéria televisiva e no jornal online (estou há dois dias tentando resgatá-la), alegando que esse tipo de carro é inviável para Joinville, Caxias do Sul fez isso:


Podemos notar a infraestrutura de Caxias no vídeo. A coisa não é muito diferente de Joinville, sendo pior em alguns pontos. 


Vamos acordar Joinville? Estamos chegando ao ponto em que o comodismo e o negativismo estão começando a trazer prejuízos para a cidade. As empresas concessionárias do transporte coletivo ainda não perceberam, mas esse comportamento alheio ao crescimento da cidade, que preza por tecnologia arcaica, tem gerados frutos negativos para o transporte local. Vamos pensar pra frente? As coisas não vingam em Joinville por conta de um ponto: Falta de vontade, de todos, desde a população, passando pelos empresários da cidade, até a classe política. 

sábado, 18 de agosto de 2012

Resumo do Plano de Outorga do Sistema Integrado de Transporte Coletivo Urbano de Joinville (Versão Preliminar)




Novo Sistema Integrado de Transporte


A Prefeitura Municipal de Joinville, conforme publicou em sua intenção de licitar o serviço de transporte coletivo de passageiros, deverá conceder por meio de licitação, o Novo Sistema Integrado de Transporte Coletivo Urbano de Joinville (SIT). O novo SIT é um conglomerado de subsistemas de vários níveis hierárquicos, que dão forma tronco-alimentadora ao sistema, cabendo destaque a três deles: subsistema Troncal (ST),subsistema Alimentador (SA) e subsistema perimetral (SP).
A elaboração do projeto básico em discussão tem como base: o atual sistema de transporte em operação na cidade de Joinville;  os resultados da pesquisa origem-destino embarcada (O-D 2005); os resultados da pesquisa origem-destino domiciliar (O-D 2010); os diagnósticos trabalhados na câmara de mobilidade e acessibilidade do Conselho da Cidade; nas contribuições da primeira audiência deste processo licitatório; e das contribuições via formulário (online ou meio físico), realizadas até o dia 05 de março de 2012.
Aqui serão apresentadas, sucintamente, as diretrizes operacionais que serão detalhadas no documento final da licitação.

O processo de planejamento do SIT, ao contrário do planejamento tradicional de transporte, se atém a aspectos de natureza operacional, de características conjunturais e, em alguns casos, até mesmo casuísticas. A principal preocupação do planejamento do SIT é promover a constante reavaliação do desempenho do sistema tanto dos parâmetros operacionais, como dos custos de transporte, na busca de um equilíbrio entre a manutenção de uma tarifa reduzida e a melhoria na qualidade dos serviços ofertados aos usuários. Para a obtenção desse equilíbrio é fundamental a conciliação de interesses de três grupos, com preocupações distintas quanto ao desempenho do sistema:

- Usuários

Que se utilizam de um serviço público para suprir suas necessidades de deslocamento e que não tem maiores preocupações com a operação do serviço. Na utilização do transporte público este segmento pondera uma série de atributos – regularidade, tempo de deslocamento, conforto, custos, etc. – para a tomada da decisão de quando, onde e como usar o transporte.

- Operador

Que se encarregam de administrar e fazer funcionar um complexo sistema de transportes (financeiro, aquisição, manutenção, renovação da frota etc.) e de comercializá-lo, sob forma de prestação de serviço público. Suas preocupações estão relacionadas com as variáveis que influenciam os custos e receitas na oferta do serviço.

- Poder Público

Que sendo legalmente responsável pelo transporte público, deve regulamentar, planejar, programar e fiscalizar a execução dos serviços, servindo constantemente como árbitro nos conflitos de interesse entre usuários e operadores, valendo-se,  para tanto, de legislação específica.
Os três grupos considerados compõem os ELEMENTOS INTERVENIENTES NO SIT.


AS EXPECTATIVAS DO USUÁRIO


O usuário utiliza o sistema de transporte por uma necessidade de deslocamento para cumprir um objetivo específico, isto é, deslocar-se de uma origem para o destino, por algum motivo, numa determinada hora, fazendo determinado trajeto, utilizando o meio de transporte que achar mais conveniente. Ao se definir pelo uso do transporte público, por livre escolha ou por não ter opção, o usuário pondera uma série de atributos do mesmo, de forma a utilizar o modo que lhe seja mais conveniente. O desempenho do SIT está diretamente relacionado ao atendimento que o transporte público proporciona às expectativas do usuário quando fez a opção pelo seu uso. Assim, o atendimento pode ser caracterizado como indicador de qualidade dos serviços oferecidos.

Os principais atributos relacionados ao transporte público e ponderados pelo usuário são:

- Confiabilidade

- Tempo de deslocamento

- Acessibilidade

- Conforto

- Conveniência

- Segurança

-Custos (tarifa)


TEMPO DE DESLOCAMENTO


Situações eventuais (ou acidentais) que alterem a programação em casos excepcionais, quando informadas aos usuários, e somente nestes casos, serão aceitas pelo órgão gestor para efeito de cumprimento de metas neste quesito.
Por outro lado, problemas crônicos como, por exemplo, congestionamentos sistemáticos em trechos do itinerário, supressão de horários por parte do operador, impossibilidade de uso dos veículos (manutenção) devem implicar numa reavaliação, pelo órgão gestor do SIT, da programação dos serviços a fim de não afetar a credibilidade do usuário em relação ao sistema.
No novo SIT proposto, para cada trajeto avaliado, os indicadores excelente, ótimo e bom deverão representar mais de 70% dos deslocamentos e os indicadores regular, ruim e péssimo não deverão atingir 30% dos deslocamentos, sendo que para obter melhorias no quesito serão desencadeados pelo órgão gestor estudos e ações visando sanar as dificuldades constatadas.


CONFORTO


No novo SIT proposto, levando em consideração o conforto e o desempenho econômico, o parâmetro adotado em projeto prevê ocupação máxima de 5 pass/m²  em no máximo 20% das viagens do dia e estabelece até 4,0 pass/m² para o restante dos horários. A verificação da ocupação os veículos, a cargo do órgão gestor, dar-se-á por fiscalização eletrônica por câmera  interna e pelos métodos tradicionais de verificação.


ACESSIBILIDADE


No novo SIT proposto, 90% dos intervalos nas troncais será de até 9 minutos no pico e até 14 minutos no período entre-pico; nas perimetrais 90% dos intervalos será de até 14 minutos no pico e até 20 minutos no período entre-pico; nas alimentadoras 90% dos intervalos será de até 30 minutos no pico, sendo que as linhas de baixa demanda receberão programação especial.

Como terceira definição de acessibilidade nos transportes temos a acessibilidade física,  que compreende os aspectos relacionados ao acesso, ao embarque e ao transporte dos passageiros, nos terminais, estações pontos e nos veículos.

No novo SIT proposto, todos os terminais, estações, pontos e veículos atenderão as leis e normas específicas, nos prazos determinados por estas e pelo plano de outorga da corrente licitação. Nas troncais e perimetrais será utilizada frota de ônibus de piso baixo, e nas alimentadoras será utilizada frota de ônibus com elevadores, sendo que o serviço porta a porta (eficiente) será incorporado gradualmente ao sistema, conforme as condições dos meios de acesso ao SIT (calçadas) tornem-se satisfatórias.
Quanto a dispositivos de voz, para ajuda à pessoa com deficiência visual, a mesma deverá ser implantada em veículos e estações, seguindo regulamentação específica, de forma gradativa, conforme viabilidade técnica. O prazo para implantação de 100% de frota acessível é o ano de 2014.


CONVENIÊNCIA


No novo SIT proposto, as integrações deverão ser sempre sincronizados no tempo, com as alimentadoras programadas em horários múltiplos das troncais e perimetrais, com a devida informação ao usuário, como forma de evitar eventuais esperas superiores a 15 minutos. Como forma de mitigar estas esperas, as estações de integração deverão ser dotadas de assentos


SEGURANÇA


No novo SIT, um trabalho de prevenção e esclarecimentos à população sobre as posturas a serem adotadas na eminência desses eventos serão implementadas através de campanhas públicas. Por parte do operador do SIT, caberá a realização de cursos permanentes de condução defensiva dos veículos, e programação de valorização do profissional do tipo “zero acidente”. Aliado às campanhas, a fiscalização eletrônica por câmera interna nos veículos, terminais e estações,  cujas informações serão disponibilizadas para os órgãos de segurança.


CUSTOS (tarifa)


Para o novo SIT proposto, a remuneração dos serviços será calculada com base no Custo Médio Ponderado de Capital – CMPC, o qual traduz o retorno que o negócio deve proporcionar para tornar-se atrativo, refletir a justa remuneração em atendimento ás expectativas dos investidores e do interesse público na manutenção de tarifa mordica para os usuários.


MODELO FUNCIONAL PROPOSTO


Considerando a necessidade de otimizar o uso dos recursos visando a redução de custos operacionais, dado que o foco é a modicidade tarifária e a qualidade dos serviços prestados, em face ao aumento de custos, principalmente de custos fixos, que é proporcional ao número de operadoras, assim como da necessidade de se assegurar a uniformidade no uso dos recursos, na qualidade dos serviços a serem prestados e na minimização da quilometragem improdutiva, fatos que encarecem o preço da tarifa, além do que estabelece a Lei Municipal nº 3.806/98, para todos os fins do presente Plano de Outorga, o sistema será único e indivisível.

Cumprindo com o que estabelece a legislação vigente, a viabilização e a manutenção de todos os atendimentos atuais, implica na licitação de LOTE ÚNICO DE LINHAS, abrangendo toda a área do Município de Joinville. Esta composição pode ser constituída por linhas de maior e de menor demanda, minimiza os riscos da ocorrência de licitação deserta e conseqüente paralisação dos serviços, assim como evita disparidades no equilíbrio da relação oferta e demanda, na qualidade dos serviços prestados e os custos decorrentes do entrelaçamento econômico.

Na concepção do modelo funcional proposto para o início de operação, a condição preponderante consiste em manter o nível de atendimento atualmente disponibilizado para os diversos bairros e pólos geradores de viagens, por meio das linhas e da rede integrada instalada atualmente. A forma de atendimento proposta neste Plano de Outorga, no entanto, difere em alguns casos da estrutura atual do SIT, em razão da aplicação dos processos de diametralização e racionalização que foram concebidos, objetivando diminuir os tempos de viagens, reduzir o número de transferências e permitir a readequação da oferta à demanda manifesta, de forma a atingir os objetivos propostos, principalmente no sentido de assegurar a modicidade tarifária.

Propõe-se uma rede integrada do tipo tronco-alimentador, baseada em 10 (dez) estações terminais de integração, localizados nos principais pólos geradores de viagens, orientada por eixos de transporte, cuja abrangência decorre de uma faixa de acessibilidade média de 500 metros, cobrindo praticamente a totalidade da área urbana de Joinville. A oferta de serviços traduzida em termos de horários de viagens, período de operação, número de lugares ofertados, linhas e abrangência de itinerários demonstram que a capacidade instalada é suficiente para o atendimento da demanda manifesta registrada atualmente no sistema e para um crescimento populacional da ordem de 1,69% ao ano. Inicialmente o atendimento do sistema viabilize a integração física, modal e tarifária.

Por ser uma Rede Integrada do tipo tronco-alimentador, baseada em 10 (dez) estações terminais de integração, localizadas nos principais pólos geradores de viagens, possui uma faixa de acessibilidade que abrange praticamente a totalidade da área urbana de Joinville. A oferta de serviços traduzida em termos de horários de viagens, período de operação, número de lugares ofertados, linhas e abrangência de itinerários demonstram que a capacidade instalada é suficiente para o atendimento da demanda registrada no sistema de bilhetagem.
A capacidade instalada, isto é, o número de lugares oferecidos, sentados e em pé, considerando  os parâmetros inicialmente estabelecidos e tendo como ponto de partida a oferta atual, como uma capacidade média de cinqüenta lugares oferecidos por viagem, totalizam  9.167 partidas realizadas em dia útil, o que corresponde aproximadamente a doze milhões e seiscentos mil lugares oferecidos por mês.

Por outro lado, a demanda manifesta, sem considerar a equivalência no número de passageiros pagantes, corresponde em média por mês, a quatro milhões e cinqüenta mil passageiros. Considerando-se os efeitos da integração, que a princípio está entre 11% e 15%, resulta numera relação oferta/demanda de aproximadamente 2,75 lugares ofertados para um lugar ocupado.


SERVIÇOS A SEREM LICITADOS


Serão licitados os Serviços Públicos do Sistema de Transporte Coletivo de Passageiros do Município de Joinville, classificados como serviços regulares, especiais e experimentais, nos termos da Lei Municipal nº 3.806/98, inicialmente por meio de ônibus e/ou micro-ônibus, podendo a vir incorporar, caso necessário, novos meios de transporte coletivo.
O serviço de transporte coletivo é aquele operado através dos meios enumerados no item anterior que sejam apropriados ao transporte coletivo de passageiros, postos à disposição permanente, além de preservar pela regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade e cortesia.

A execução dos serviços de transporte coletivo de passageiros deverá ser realizada mediante a utilização de frotas de veículos, recursos humanos e materiais adequados, de acordo com os melhores procedimentos técnicos.

Cobrança dos usuários do serviço de transporte coletivo de passageiros, das tarifas oficiais fixadas pelo Poder Concedente, de acordo com a natureza do serviço oferecido, observando, quando for o caso, o direito a integração física, modal e tarifária, assim como a redução ou isenção, de modo automático, mediante a implantação e manutenção permanente de Sistema de Bilhetagem Eletrônica que utilize equipamentos instalados no interior dos veículos destinados a leitura de meios físicos, nos quais estejam registrados créditos de viagens, armazenados eletronicamente, em observância das determinações do Município de Joinville.
Comercialização das passagens de forma interna aos veículos e antecipadas, através de postos de vendas integrados e adequados ao Sistema de Bilhetagem Eletrônica, em observância da legislação e do controle do Poder Concedente.

Manutenção, limpeza, remoção, guarda e conservação, de acordo com os melhores procedimentos técnicos, dos veículos que integram a frota necessária à realização dos serviços objeto da concessão, bem como dos demais equipamentos embarcados que neles sejam implantados.

Utilização de instalações adequadas (garagens, áreas de estacionamento, oficinas de manutenção, posto de abastecimento, posto de lavação e higienização, instalações administrativas e postos de comercialização e atendimento ao passageiro) para a execução das atividades operacionais administrativas e de manutenção, bem como para a guarda e estacionamento dos veículos, dotada dos equipamentos e ferramental necessário.Divulgação de informações sobre o funcionamento do serviço e manutenção de sistema de atendimento ao passageiro.

Obs: Vale ressaltar que está é uma versão preliminar do Plano de Outorga. Os elaboradores já expuseram itens, que não estão presentes no resumo disposto acima, em vários meios de comunicação. Como o documento é preliminar, sua didática é mais informativa que de imposição, sendo assim, parece não transparecer preocupação em não deixar pontos vagos e de interpretação múltipla. 

Para ter acesso ao documento completo:  Proposta do Plano de Outorga (versão preliminar)



quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Proteção da propriedade intelectual.

Só tem se efetivado com a disposição dos créditos do autor desta maneira: 



Já sei que o que vou dispor aqui embaixo, só servirá como enfeite, encheção de linguiça, coisas do gênero:


Capítulo IV

Da Utilização da Obra Fotográfica

Art. 79. O autor de obra fotográfica tem direito a reproduzi-la e colocá-la à venda, observadas as restrições à exposição, reprodução e venda de retratos, e sem prejuízo dos direitos de autor sobre a obra fotografada, se de artes plásticas protegidas.
§ 1º A fotografia, quando utilizada por terceiros, indicará de forma legível o nome do seu autor.
§ 2º É vedada a reprodução de obra fotográfica que não esteja em absoluta consonância com o original, salvo prévia autorização do autor.




quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Integração Temporal em Pirabeiraba:


Tão coerente quanto micro-ônibus na 0040 Tupy/Norte em horário de pico. Não paro de me perguntar o motivo, razão ou circunstância da existência de tal. Divido esse questionamento em 3 perguntas: 

1ª- O sistema não é totalmente integrado de forma física? Foi anunciado, ao menos, que seria 100% integrado deste modo. 

2ª- A Estação Pirabeiraba não foi criada nos mesmos moldes das demais, que foram planejadas para o recebimento da integração física? O projeto é igualzinho ao das outras!

3ª - Por que raios construíram uma Estação em Pirabeiraba, sendo que a maioria das linhas que lá circulam necessitam sair da Estação Norte? Há uma boa distância do Centro de Pirabeiraba para com o Centro de Joinville, isso todos nós sabemos,  mas não seria o caso da criação de uma "Pirabeiraba/Norte",  duas ou três derivadas, e deu? Um ônibus maior no lugar de vários menores, dividindo uma trajeto em duas etapas, é o que há de mais sustentável e econômico para o transporte. Existem linhas que percorrem até 30km (estou sendo modesto, pois há linhas que percorrem muito mais) entre a Estação Norte e seu ponto final, no alto da serra. Isso contando somente um dos sentidos (ida ou volta). A falta de planejamento e objetividade já não passou dos limites?

Perdoem-me pela má qualidade da foto. Há duas semanas estou tentando registrar este anúncio, sem sucesso em obtê-lo com a qualidade desejada.



sábado, 11 de agosto de 2012

Acessibilidade Universal x Acessibilidade Limitada.




Destaco dois veículos aleatórios da frota joinvilense. Um, oferece acesso facilitado ao seu interior, sem a necessidade de analisar a condição física, a idade ou de impor qualquer modo que segregue a acessibilidade. O outro, possui mecanismo para a inclusão dos cadeirantes. Embora perante a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) ambos os carros sejam considerados dotados de acessibilidade universal, nós sabemos que na prática a coisa não é tão acessível na foto da direita. Moralmente falando, costumo chamar os carros com elevador de "acessíveis de forma limitada", uma vez que todos os outros passageiros ainda precisam escalar dificultosos degraus para alcançarem o salão do coletivo. Analisando bem, o elevador não consegue cumprir nem seu papel limitado. Não é difícil você encontrar um motorista pulando sobre o de cujus, tentando o ressuscitar após um emperramento.